quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As fotos estão também disponíveis em http://picasaweb.google.com/marco.caratuva.

Nos links abaixo tem o código de trânsito argentino, nº 24449, consolidado com as últimas alterações. 

www.miituzaingo.gov.ar/Archivos/Ley24449BSAS.pdf
ou

http://www.mininterior.gov.ar/ansv/campanias/impresos/legislacion.pdf

Não há nada que mencione o cambão (lanza), corda para reboque, kit de primeiro socorros (botiquín), ou outras coisas esdrúxulas. A exigência dos dois triângulos está mencionada.

 
Distância percorrida e consumo
Quilometragem total: 7.897 km
Consumo de diesel: 898 l
Média de consumo: 8,79 km/l

Custos (2 pessoas)
HOSPEDAGENS......... R$ 2.700
COMBUSTÍVEL.......... R$ 2.094
PEDÁGIOS............... R$ 192 (sendo R$ 180 no Brasil)
REFEIÇÕES.............. R$ 1.140
INGRESSOS (Chile)... R$ 312
EXPED. LASCAR........ R$ 612

Dos 19 abastecimentos que fizemos na Argentina, em apenas 3 conseguimos pagar com cartão (tarjeta). Em Sn. P. Atacama o único posto tem as máquinas, mas estavam inoperantes por problemas de linha telefônica.

Na Argentina, conforme já relatado, apenas nas capitais conseguimos pagar os hotéis com cartão (S. S. Jujuy e Resistencia). Nas outras cidades somente em dinheiro. E com as refeições não foi muito diferente. Praticamente tudo em dinheiro (efetivo).

Na Argentina os caixas do Banco Macro sempre foram certeza de se conseguir efetuar um saque (com débito em conta no Brasil) com a bandeira Cirrus (Mastercard). E havia pelo menos um caixa em todas as cidades que visitamos. No Chile o mesmo ocorreu com o caixa do Banco BCI. Provavelmente seja necessário solicitar esse serviço de débito internacional no seu banco. Pelo Itaú isso é feito pela internet.

Em duas ocasiões foi necessário utilizar Visa para pagamentos, pois a rede Master estava fora do ar. É interessante levar cartões das duas bandeiras.

Em Sn. P. de Atacama a maioria dos estabelecimentos de compras, restaurantes e hotéis aceita pagamentos com cartões. 

Os valores citados no blog são sempre relativos a moeda local do país em que estávamos. Para efeito comparativo as cotações aproximadas na viagem foram AR$ 1,00 = R$ 0,50 e CH$ 1000 = R$ 3,50. Somando o IOF de 6,38% da nossa querida PresidentE que se preocupa muito com o que gastamos lá fora, as cotações oficiais se aproximam bastante dos valores acima.


sábado, 17 de dezembro de 2011

16º dia – Resistencia – Foz do Iguaçu (29/11/2011)

Distância: 655 km

O grande acontecimento do dia, foi os guardas argentinos terem nos parado na região de Ita Ibaté e nos pedir ajuda para retirar uma Palio Weekend que havia caído no banhado ao lado da estrada. O motorista tinha cochilado ao volante, mas ninguém ficou ferido com gravidade. O motorista atravessou a pista contrária, bateu em pequeno pilar de concreto que havia e mergulhou na água. Nessa região a estrada possui muitas retas longas, pois a área é totalmente plana, passando já ao lado dos Esteros del Iberá.

Tentamos abastecer na região mas em um posto não havia combustível e em outro que tinha não aceitava tarjeta. O César não tinha mais nenhum dinheiro e eu tinha apenas $140.

Paramos no pedágio de Ituzaingó e ficamos um tempão fotografando as aves do Esteros. São dezenas de espécies. Até mesmo um jacaré estava no banhado bem ao lado da estrada.

Chegamos os dois carros em Posadas já com as luzes de reserva acesas e entramos na cidade para procurar combustível. Em um posto da YPF nos informaram de um outro na Av. Uruguay que talvez aceitasse tarjeta. Para qualquer eventualidade havia um caixa eletrônico do Banco Macro bem na esquina, mas felizmente aceitavam o cartão dessa vez. E o caminhão da YPF tinha acabado de descarregar o diesel Ultra mais barato.Eu coloquei os $140 que me restavam e que seriam suficientes para que eu chegasse em Foz.

Chegamos em Puerto Iguazu em torno das 21h, jantamos e fomos para a aduana. Tanto a argentina quanto a brasileira foram supertranquilas.

Em Foz nos hospedamos no San Rafael, bem no centro, R$140 por casal, e com um café da manhã daqueles que há dias não víamos! :-)

FIM DO RELATO!!
Obrigado a todos os amigos que acompanharam nossa viagem e tiveram paciência para ler tudo o que eu escrevi ou pelo menos olharem as fotos.






maguari
 
jaçanã

sabiá-do-banhado

socozinho

carretão

tachã


gavião-caboclo

emas


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

15º dia – S. S. Jujuy – Resitencia (28/11/2011)

Distância: 848 km

Acordamos cedo pois o deslocamento de hoje seria longo, aproximadamente 11h até Resistencia. Feriado, alguns postos fechados pela falta de combustível e quando encontramos um, fila de 45 minutos para conseguir abastecer, em efetivo (dinheiro), é claro.

Depois de umas 2h de viagem entramos na RN16, aquela das retas infinitas, com um calor insuportável e um sol muito forte. É impressionante a quantidade de aves que pousam e cruzam a estrada, o tempo todo. Eu ia buzinado sem parar e por várias vezes precisei frear para não bater ou atropelar algumas.

A RN16 também é um desfile de toda espécie de criação. Cavalos, bois, vacas, ovelhas, cabras, todos soltos e criados à beira da estrada, pois praticamente não há propriedades com cercas. É preciso cuidado e atenção em tempo integral.

Uma constatação impressionante na Argentina é a não utilização de capacete pelos motociclistas. Pode-se dizer que 99% não usam, mesmo nas cidades maiores, passando inclusive ao lado da polícia, sem se importarem. Na RN16 fato comum era até 4 pessoas em pequenas motos, levando crianças em pé, adolescentes pilotando, uma verdadeira festa. E também muitos carros velhos caindo aos pedaços.

Em Taco Pozo há um bom restaurante na beira da estrada chamado Comedor El Refugio. É na estação de serviços que não é da YPF, que pra variar não tinha combustível. Nessa região o diesel custa $6,10/l, quase R$3/l para comparação. Coloquei apenas $100, em efetivo, para poder chegar em Pampa del Inferno.

Em Pampa del Inferno chegamos no posto da YPF junto com o caminhão da rede. Esperamos quase 1h mas conseguimos colocar o Ultra por $4,40 e ainda pagamos com tarjeta.

Por fim chegamos em Resitencia depois das 21h bastante cansados. Ficamos no mesmo Hotel Covadonga, o mesmo da ida, $340, bem no centro e com cochera (garagem).

Não há fotos dessa etapa.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

14º dia – Humahuaca – Iruya – S. S. Jujuy (27/11/2011)

Distância: 272 km

Depois do péssimo café da manhã ainda ficamos sabendo que o horário de checkout do hotel era 10:00h. Excelente! Arrumamos as coisas e fomos passear na cidade.

Humahuaca poderia ser comparada em proporções menores como a Aparecida da região. Há muitos turistas que viajam apenas para visitar e reverenciar N. Senhora da Candelária. A Iglesia Catedral de Ntra. Sra. de la Candelaria data de 1631. Suas paredes possuem 1,5 m de espessura e seu altar é totalmente em ouro. As imagens de N. Sra. e do Menino Jesus são vestidas com trajes típicos da região. Não é permitido fotografar no interior da igreja.

Em frente à igreja há o Cabildo, uma torre onde há um grande relógio e que ao meio-dia descobre e movimenta uma imagem em tamanho natural de S. Francisco de Solano, que abençoa todos que estão na praça em frente. Nesse dia, domingo, a praça estava totalmente tomada pelas pessoas, pois descobrimos que o próximo dia seria feriado na Argentina e todos estavam aproveitando o feridão.

Do alto da praça em homenagem aos heróis da independência tem-se uma ótima vista da cidade. Há também muitos artesanatos em lã, metal, cerâmica, etc, nas lojas e nas ruas. Muitos tapetes, mantas e cobertores belíssimos, mas caros também.

Eu e a Mônica decidimos ir até Iruya, 140 km, sendo 100 km em rípio, o vilarejo mais isolado da Província de Salta, com aproximadamente 1.000 habitantes, fundado em 1753. O César e a Rosângela decidiram ir direto para S. S. Jujuy.

Pra variar não havia diesel no posto e só chegaria à tarde. Como eu ainda tinha quase meio tanque decidi ir mesmo assim. O ponto mais alto da viagem é o Abra del Cóndor, 4.000 m, divisa das províncias de Jujuy e Salta. Desse ponto tivemos uma visão espetacular do vale e da estrada que desce as montanhas beirando precipícios, com curvas fechadíssimas em um fantástico zigue-zague. Foram 19 km da mais pura adrenalina até Iruya.

Chegamos na vila em torno das 15h, quase tudo fechado, e só conseguimos um pequeno restaurante (comedor) aberto. Ficamos pouco mais de 1h no local pois precisávamos subir toda a quebrada, abastecer o carro em Humahuaca e ainda seguirmos para S. S. Jujuy.

Em Huacalera a RN9 cruza a linha imaginária do trópico de capricórnio. No local há um marco e um enorme relógio de sol. Perto de S. S. Jujuy a paisagem muda bruscamente. As montanhas tornam-se mais baixas e o verde de uma densa floresta toma conta da paisagem. S. S. Jujuy é a capital da província, com aprox. 240.000 habitantes. O clima também mudou radicalmente. A cidade é muito quente e abafada.

Em Pumamarca, Humahuaca e região, as bebidas são caríssimas. Uma lata de refrigerante ou uma garrafinha de água custa $10, quase R$5. Uma garrafa de 1,5 l de água ou refrigerante custa $14.


































segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

13º dia – Purmamarca – Humahuaca (26/11/2011)

Distância: 70 km

Ficamos até a hora do almoço em Purmamarca e à tarde nos dirigimos para Humahuaca. Em Purmamarca não há posto de combustível. Apenas em Tilcara ou Humahuaca.

A paisagem da RN9 é lindíssima, principalmente na região de Maimará, acompanhando a Quebrada de Humahuaca. Essa Quebrada foi antiga rota dos Incas e palco de importantes batalhas da Guerra da Independência Argentina.

Em Humahuaca procuramos algumas indicações de hospedagem e ficamos no Camino del Inca. Local bem bonito mas com um péssimo atendimento e um café da manhã péssimo, ainda mais pelo valor de $300 que estávamos pagando. Não recomendo. Os Trollers viraram atração na cidade. Ficamos sabendo que nessa região é incomum turistas brasileiros.

Ajeitamos as coisas na hospedaria e fomos conhecer um ponto que estava no GPS chamado Vista 14 Colores. Pegamos uma estradinha de rípio que subiu até os 4.360 m e tivemos uma visão fantástica da Quebrada. Distante bem abaixo a cidade e o vale do Rio Grande. Colocamos algumas pedras no totem para a Patchamama e apreciamos o visual.

O tempo estava encoberto e ventava muito. Alguns segundos fora do carro já bastavam para congelar as mãos. É difícil de explicar, mas as grandes nuvens pretas que encobriam quase todo o céu e tapavam o sol estavam de uma determinada altura do horizonte para cima e mais perto do horizonte as nuvens eram claras com pedaços aparentes do céu. Era questão de tempo para o sol chegar naquela altura e talvez nos proporcionar uma luz diferente.

Bingo! Após uma espera de mais de 1h o sol começou a sair da região das nuvens escuras e o espetáculo que veio a seguir é difícil de descrever. Primeiramente o rio começou a brilhar como pequenos diamantes e depois tudo se coloriu de um tom amarelo ouro. Até do frio eu esqueci nessa hora...